Mindfulness ou atenção plena (como é normalmente traduzido para o português) pode ter se tornado a tendência predominante hoje (mundo pós pandemia) nas redes sociais, nos aplicativos, mas muitas vezes é mal compreendida.
Muitos acreditam que parece tão enganosamente simples iniciar um processo de meditação (isso pode ser porque o conceito em si é fácil de entender, mas o estado de espírito real é difícil de cultivar).
Por causa de minha própria experiência pessoal e através dos estudos e trabalho que realizo, quero abordar alguns equívocos comuns que tenho encontrado.
Mindfulness, conforme definido por Jon Kabat-Zinn, que introduziu Mindfulness Based Stress Redução (MBSR) 30 anos atrás, é “prestar atenção de uma maneira particular: propositalmente, em o momento presente, e sem julgar.”
Mindfulness não é sobre estar calmo, muitas vezes esperamos que a atenção plena nos traga paz ou calma e relaxamento. Isso destaca nossa tendência humana de desejar experiências agradáveis e afastar o que é desagradável. Queremos algo, não conseguimos e então ficamos infelizes. Julgamos a todo momento nossas experiências e a nós mesmos, sempre na busca do prazer instantâneo.
Embora seja verdade que você pode experimentar uma sensação de paz, calma ou relaxamento enquanto pratica a atenção plena, esses resultados não são garantidos. Mindfulness é apenas sobre perceber qualquer experiência que está tendo, incluindo todos os pensamentos, sentimentos ou sensações físicas que fazem parte dela.
Mindfulness pode reduzir significativamente o estresse, nos ajuda a aprender a expressar e se relacionar com o estresse de maneira diferente. Isto pode parecer incompreensível, algo tão simples como ouvir sons ou prestar atenção no corpo pode nos ajudar a aprender a responder às experiências de uma forma saudável? E a resposta é SIM! É o que a ciência está mostrando e certamente é minha experiência.
Atenção plena não é a ausência de pensamento, em vez de buscar uma mente vazia ou em branco, você aprende a habilidade de se tornar consciente dos pensamentos, sem necessariamente fazer nada com eles. Isso é diferente de afastá-los, significa prestar atenção consciente aos próprios pensamentos, sentimentos e emoções, sem julgamento ou crítica.
A atenção plena também pode ser compreendida pelo que não é:
· Não é uma religião, nem inerentemente místico ou espiritual. É simplesmente uma ferramenta para se reconectar com a vida, para abraçar o fluxo e refluxo do mundo.
· Mindfulness não é ser complacente! Aceitação não significa acordo ou complacência. Significa reconhecer tudo o que está acontecendo, sem se identificar, sem se apegar.
· Outro equívoco é que a atenção plena é, de alguma forma, “optar por sair” ou se desligar do mundo. Na verdade, trata-se de conectar e abraçar a vida com toda sua beleza caótica; com todas as suas falhas.
· Muitas pessoas também acreditam erroneamente que o objetivo da atenção plena é intencionalmente limpar a mente de pensamentos. Em vez disso, trata-se de compreender como a mente funciona.
As práticas de atenção plena são úteis para todas as pessoas, independentemente de sua condição espiritual ou religiosa, origens ou crenças. É uma experiência humana que utiliza consciência e compaixão, e isso está dentro de todos nós.
Quando estamos sob estresse ou passando por um momento difícil, podemos procurar por “técnicas” para nos ajudar a enfrentar melhor. Mindfulness funciona, mas é importante abordá-la com a atitude certa. Com base em muitos anos de pesquisa, está bem estabelecido que, a fim de beneficiar plenamente da Mindfulness, a melhor abordagem é ter uma visão de longo prazo.
Boas Práticas! E, por favor, envie-me um e-mail se você tiver dúvidas sobre alguma dessas questões.
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